Carlos Chagas A equipe econômica está apontada mas não empossada, mesmo tendo começado a trabalhar numa estranha simbiose com o grupo já demitido. Coisa parecida, mas sem trabalho, acontece com os ministros já escolhidos da Agricultura e do Desenvolvimento Industrial. O resto são dúvidas, havendo os que permanecerão nos cargos e os que serão mandatos passear. Em suma, o governo virou uma geleia geral. A presidente da República permanece dando expediente, mas quanto a definir programas e estratégias, nem tanto. Administra o país em ritmo devagar, quase parando, impossibilitada de compor a nova equipe enquanto o Procurador Geral da República e o Supremo Tribunal Federal não se decidirem a liberar a lista de políticos envolvidos no escândalo da Petrobras. Porque é grande o risco de serem escolhidos futuros réus, depois de indicados pelos partidos.
A pergunta é se janeiro chegar sem a abertura dos processos contra dezenas de políticos.
Continuará o governo funcionando pela metade, ou abaixo disso, ou correrá Dilma Rousseff o perigo de nomear quem logo depois precisará demitir?
Abre-se oportunidade ímpar para a presidente fazer o que deveria ter feito logo depois de conhecida sua reeleição: esquecer as imposições partidárias e compor o seu ministério, determinando que imediatamente começassem a exercer suas funções os selecionados como melhores em cada setor.
Além de um gesto de independência, uma prova de eficiência. Porque existem cidadãos aptos a gerir cada uma das pastas que formam a administração federal, sem compromissos fisiológicos nem subordinados aos interesses menores de partidos políticos. O tempo, no entanto, vai passado sem que o segundo mandato se defina. Indaga-se da possibilidade de tanto o Procurador quanto o Supremo demorarem a decidir sobre quem deve e não deve ser processado. O ritmo de Ricardo Lewandowski não é o mesmo de Joaquim Barbosa.
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Escrito por Magno Martins, às 02h00 | |
terça-feira, 9 de dezembro de 2014
Um governo devagar, quase parando
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