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quarta-feira, 10 de dezembro de 2014

Brasil tem 21,4% de hipertensos, diz Pesquisa Nacional de Saúde, do IBGE

Blog do Dércio

Brasil tem 21,4% de hipertensos, diz Pesquisa Nacional de Saúde, do IBGE
No Brasil, 21,4% das pessoas com mais de 18 anos já foram diagnosticadas com hipertensão; 12,5% tiveram colesterol alto identificado por um médico e 6,2% receberam diagnóstico dediabetes. Problemas crônicos na colunaatingiram 18,5% dos adultos brasileiros e adepressão foi identificada em 7,6%. Ainda assim, 66,1% da população avalia sua própria saúde como boa ou muito boa.
Os dados fazem parte da Pesquisa Nacional de Saúde 2013 (PNS), feita pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Trata-se da primeira pesquisa de saúde em âmbito nacional a coletar amostras de sangue e de urina da população entrevistada, o que confere mais precisão aos resultados. Pesquisas nacionais feitas anteriormente dependiam exclusivamente do relato do entrevistado sobre seus problemas de saúde (leia mais abaixo).
Nesta quarta-feira (10), o instituto divulgou a primeira leva de resultados obtidos a partir da coleta feita no segundo semestre de 2013. Foram visitadas 81.767 casas em todos os estados brasileiros, entre as quais 62.986 aceitaram responder ao questionário do IBGE. Enquanto todos os entrevistados tiveram peso, altura, circunferência da cintura e pressão arterial medidas, 25% desse conjunto realizaram também os exames de sangue e urina.
Nesta primeira etapa de divulgação dos dados, ainda não foram levados em conta os resultados dos exames de sangue e urina, apenas o relato dos entrevistados.
'Falsos saudáveis'
Para o médico Carlos Costa Magalhães, diretor de promoção da saúde cardiovascular da Sociedade Brasileira de Cardiologia, os dados da pesquisa mostram que as doenças crônicas estão cada vez mais presentes para a saúde do brasileiro. "No início do século 20, as doenças infectoparasitárias eram a maior causa de mortalidade. Depois, houve um aumento da urbanização, mudando o perfil de risco para as doenças cardiovasculares, nos dias atuais."
O fato de a maioria da população se considerar saudável, apesar dos índices significativos de hipertensão e diabetes, por exemplo, está ligado à ausência de sintomas relacionadas a essas condições. "Os fatores de risco cardiovascular, como pressão alta e colesterol alto, tem poucas chances de dar sintomas. Diabetes do tipo 2 só passa a apresentar sintomas a partir de um certo nível de glicose. Até a obesidade, apesar de visível, não é vista como um risco", diz Magalhães.
O médico alerta que justamente por causa da falta de sintomas é preciso se submeter a exames médicos periódicos como prevenção. "Não precisa ser um cardiologista, pode ser um clínico geral, ou uma ginecologista no caso das mulheres, que faça a medida de pressão, do colesterol, da glicose, que avalie o peso. São medidas para ver se a pessoa é realmente saudável ou não."
Saúde x estilo de vida
A PNS também coletou informações sobre o estilo de vida dos brasileiros que revelaram hábitos nada saudáveis. Apenas 37,3% dos adultos relatou consumir cinco porções diárias de frutas e hortaliças, quantidade recomendada pela Organização Mundial da Saúde (OMS). Beber refrigerante em pelo menos cinco dias da semana é um hábito de 23,4% dos brasileiros. O consumo frequente de doces foi relatado por 21,7% das pessoas. O consumo de carne ou frango com excesso de gordura foi relatado por 37,2%.
Uma parcela grande dos brasileiros também não faz exercícios o suficiente: 46% dos entrevistados foram considerados insuficientemente ativos. Além disso, 28,9% das pessoas dizem assistir 3 horas ou mais de televisão por dia.
"A informação de que existe uma grande faixa da população sedentária é muito importante. O grupo de pessoas que passa a fazer atividade física comfrequência facilita o controle da hipertensão arterial. Algumas mudanças simples como redução no sal, no peso e prática de exercícios físicos pode ser suficiente para manter um hipertenso tratado sem medicamentos", diz Magalhães.
A falta de exercícios e o tempo passado em frente à TV também aparecem como fatores de risco para um problema frequente na população: as dores na coluna. Segundo a pesquisa, 18,5% dos brasileiros sofrem de problemas crônicos na coluna.
O ortopedista Rogério Vidal de Lima, membro da sociedade Brasileira de Ortopedia e Traumatologia (Sbot), observa que quem faz atividade física tem uma incidência menor de dores nas costas. "Muitas vezes a pessoa fica 3 horas sentada em frente à TV em uma postura ruim, e acaba adquirindo alguma dor."
Outras pesquisas nacionais de saúde
Pesquisas nacionais sobre a saúde da população feitas anteriormente não coletavam amostras para exames. É o caso da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad), que abordou o tema da saúde em 1998, 2003 e 2008 e também do Vigitel (Vigilância de Fatores de Risco e Proteção para Doenças Crônicas por Inquérito Telefônico), feito anualmente desde 2006.
Globo/BemEstar

Postado às 11hrs, por Dércio | 0 pessoas comentaram

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