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sexta-feira, 12 de dezembro de 2014

57 municípios concentravam cerca de 50% do PIB do país em 2012, diz IBGE

G1
57 municípios concentravam cerca de 50% do PIB do país em 2012, diz IBGE
A renda de 57 municípios dos 5.565 brasileiros concentrava cerca de metade de toda a riqueza (bens e serviços finais produzidos) gerada no país em 2012 - concentração pouco menor que a registrada no ano anterior, quando 55 municípios responderam pela mesma fatia.
Segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), divulgados nesta quinta-feira (11), apenas seis capitais produziram, somadas, 25% do Produto Interno Bruto (PIB) de todo o país naquele ano.
São Paulo, que se manteve como o município que gerou mais renda no Brasil, teve a participação reduzida de 11,6% (em 2011) para 11,4% do PIB nacional. A capital paulista é seguida do Rio de Janeiro, com 5%, Brasília, 3,9%, Curitiba (1,3%), Belo Horizonte (1,3%) e Manaus (1,1%). Com 25% da renda, estes municípios representavam 13,6% da população do país.
De acordo com o IBGE, a diminuição na participação do PIB em São Paulo foi provocada principalmente pelo baixo desempenho da indústria de transformação. Em cinco anos, a perda chegava a 0,4 ponto percentual.
"Todos os seis municípios eram capitais e tradicionalmente identificados como concentradores da atividade de serviços - intermediação financeira, comércio e administração pública, exceto Manaus, cuja economia tinha equilíbrio entre as atividades de indústria (transformação) e serviços", pontuou o IBGE.
Participação das capitais
No entanto, de acordo com o órgão, a participação das 27 capitais no país respondeu por 33,4% do PIB e voltou a ter o menor resultado desde o início da série, em 1999, quando era de 38,7%. Em 2011, as capitais detinham 33,7% da renda nacional, ante uma fatia de 34% em 2010.
Santa Catarina foi a única capital fora da primeira posição em seu estado. Itajaí ocupava a primeira posição com 11,1%, seguida de Joinville, 10,3%.
Goiânia e Aracajú subiram uma posição no ranking das capitais, de 0,67% para 0,69% e 0,22% nos dois anos, respectivamente, em relação ao ano anterior. As duas cidades ultrapassaram Vitória (de 0,68% para 0,65%) e Porto Velho (de 0,23% para 0,22%).
Dependência e autonomia
Na comparação de cada capital com o PIB dos estados, Santa Catarina se destaca como o estado mais autônomo, tendo Florianópolis contribuído, em 2012, com apenas 7,1% do PIB estadual. Em 2011, a capital detinha 6,8%.
Em 2012, as regiões Norte e Nordeste continuaram se caracterizando por uma dependência dos estados em relação às capitais, sendo a principal verificada no Amazonas: Manaus contribuiu com 77,7% do PIB estadual, apontou o IBGE.
Destaques fora das capitais
Excluindo-se as capitais, 11 municípios tiveram destaque em 2011 por gerar, individualmente, mais de 0,5% do PIB nacional, agregando 8,7% da renda do país.
Essas cidades com grande integração entre indústria e serviços eram: Campos dos Goytacazes (RJ), 1%, Guarulhos (SP) 1%, Campinas (SP), 1%, Osasco (SP), 0,9%, Santos (SP), 0,9%, São Bernardo do Campo (SP), 0,8%, Barueri (SP), 0,8%, Betim (MG), 0,6%, São José dos Campos (SP), 0,6%, Duque de Caxias (RJ), 0,6%, e Jundiaí (SP), 0,5%.
"O referido indicador para o Brasil mostrou que, em 2012, a média dos 10% dos municípios com maior PIB gerou 95,5 vezes mais renda do que a média dos 60% dos municípios com menor PIB", analisou o IBGE.
PIB per capita
O município de Presidente Kennedy, no Espírito Santo, se manteve como o maior PIB per capita do país - produto interno bruto dividido pela quantidade de habitantes - em 2012, com R$ 511.967,24. O menor foi Curralinho, no Pará, com R$ 2.720,32. O PIB per capita brasileiro naquele ano foi de R$ 22.645,86.
"É relevante salientar que nem toda a renda gerada no município é apropriada por sua população residente, uma vez que a geração de renda e o consumo não são necessariamente realizados em um mesmo município", ressaltou o IBGE.
Mais de 30% dos municípios do Estado do Rio de Janeiro, São Paulo, Mato Grosso e Rio Grande do Sul apresentaram PIBs per capita superiores ao nacional, enquanto nenhum município do Acre e Roraima mostrou essa característica.
Industria extrativa se destacou
Os municípios cujas economias estavam relacionadas às commodities minerais tiveram ganho de participação superior aos daqueles com indústria diversificada. "Os preços da indústria extrativa apresentaram crescimento significativo em 2012", ressaltou o IBGE.
Em Campos dos Goytacazes, a participação no PIB nacional passou de 0,9% em 2011 para 1% em 2012, seguido de Cabo Frio (de 0,23% para 0,28%), Rio das Ostras (de 0,22% para 0,26%), Macaé (de 0,30% para 0,33%) - todos no Rio de Janeiro - e Presidente Kennedy (de 0,10% para 0,12%), no Espírito Santo.
O estado com maior variação positiva na indústria foi o Rio de janeiro (1,9 ponto percentual), em comparação com 2011, impulsionado pela extrativa mineral. A indústria extrativa gerou 4,3% do valor bruto. Em 2011, o setor gerava 4,1%. A variação positiva, segundo o IBGE, ocorreu devido à variação dos preços, 11,7%. Em termos reais, ocorreu queda de 1,1%.
A indústria em geral tanto em volume quanto em preços passou de 27,5% para 26% no valor adicionado bruto do pais. "Esse fato foi reflexo do fraco desempenho da indústria de transformação, tanto em volume (-2,4%) como em preços (-4,1%)", analisou o órgão.
Setor de serviços cresceu
O setor de serviços cresceu, em termos nominais, 8,1%, e apresentou crescimento real de 1,9%. Esse segmento passou a representar 68,7% dos valor adicionado bruto total em 2012 e foi beneficiado, segundo o IBGE, pelo aumento da massa salarial, expansão de crédito ao consumo, e desemprego baixo.
Apenas dois setores apresentaram quedas suaves: serviços de informação (devido ao efeito preço) e intermediação financeira (seguros, previdência e relacionados).
Suaves movimentos negativos foram verificados em todos os segmentos desse setor no Rio de janeiro (-0,2 pontos percentuais), com exceção de administração, saúde e educação públicas e seguridade social e educação e saúde mercantis. Minas Gerais apresentou ganhos em todos os segmentos do setor (0,2 pontos percentuais), exceto serviços de informação e demais serviços.
Agropecuária
O crescimento nominal do valor adicionado bruto da agropecuária (2,8%), no ano de 2012, refletiu principalmente a elevação dos preços. O valor bruto da produção agrícola alcançou R$ 204 bilhões em 2012, um crescimento de 4,3% em relação ao ano anterior.
Entre os alimentos que mais tiveram incrementos no valor de produção destacaram-se milho e feijão (ambos cresceram 20,7%, algodão herbáceo (11,8%) e mandioca (10,5%).
As maiores variações positivas na distribuição estadual do valor adicionado bruto da agropecuária ocorreram em Mato Grosso (2,4 pontos percentuais), Goiás e Paraná (0,9 ponto percentual). Santa Catarina (1,2), São Paulo (1,1) e Minas Gerais (0,9) apresentaram as maiores variações negativas.
PIB cresceu 1%
Em 2012, o Produto Interno Bruto (PIB) a preços de mercado cresceu 6% nominalmente e 1% em termos reais, em comparação com o ano anterior, informou o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Em valores correntes, o resultado alcançado foi de R$ 4.392,10 bilhões.
A expansão do PIB foi resultado do crescimento de 0,9% do valor adicionado bruto a preços básicos e do aumento de 1,6% nos impostos, líquidos de subsídios, sobre produtos.
Desigualdade
O índice de Gini (medida de desigualdade de distribuição de renda) para o PIB em 2012 foi de 0,86% enquanto para o valor adicionado bruto da agropecuária, indústria e serviços foi de 0,61%, 0,90% e 0,86%, respetivamente. Segundo o IBGE, esses coeficientes se mantiveram praticamente inalterados desde 2004.

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