O Palácio do Planalto resolveu ceder aos clubes de futebol e anunciará na próxima quinta-feira que eles terão 240 meses para pagar suas dívidas que, juntas, somam R$ 4 bilhões.
O governo defendia que o refinanciamento se desse em 180 meses com uma entrada de 10% do valor do débito. Esse percentual também não será mais cobrado. O texto da Medida Provisória foi apresentado ontem.
O anúncio seria feito pelo ministro Pepe Vargas (Relações Institucionais) na Câmara. Mais de uma hora depois, os deputados foram avisados de que ele não iria. Quem apareceu foi o ministro do Esporte, George Hilton, que informou que informou sobre o atraso. O motivo da demora seria o fato de que o Ministério da Fazenda ainda fazia ajustes no texto final.
O atraso irritou alguns deputados. “Ministro, o senhor não falou nada”, disse Rodrigo Maia (DEM-RJ), que se levantou e deixou a reunião contrariado. “Nós todos estamos aborrecidos”, afirmou Jovair Arantes (PTB-GO). O deputado Orlando Silva (PC do B-SP), ex-ministro do Esporte no governo de Luiz Inácio Lula da Silva, tentou amenizar o clima, afirmando que Hilton é um aliado, mas criticou o atraso na apresentação da proposta.
Hilton disse que o atraso se deveu ao prolongamento da reunião de líderes da base do governo com alguns ministros e com o vice-presidente Michel Temer.
Jovair Arantes disse que “os clubes estão cada vez mais em desespero” por causa do acúmulo de dívidas. A Câmara discute uma proposta há um ano e meio. O texto dos parlamentares é considerado mais benevolente com os times de futebol. Paralelamente, o governo montou um grupo de trabalho interministerial para também fazer uma proposta. “Acho que agora chegamos à possibilidade de ter um resultado final”, afirmou Arantes, que citou diversos setores econômicos que já conseguiram refinanciar suas dívidas.
PB-Hoje
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