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quarta-feira, 10 de junho de 2009

Canhoto da PB e José Siqueira são homenageados no Sonora Brasil em julho


Dois expoentes da música instrumental paraibana serão homenageados na edição 2009 do projeto Sonora Brasil. Trata-se dos músicos José Siqueira e Canhoto da Paraíba que constam na programação da primeira e segunda etapa do projeto. Confirmados para abrir a primeira etapa os intérpretes Daniel Wolff (do Rio Grande do Sul) e João Pedro Borges (do Maranhão) se apresentam no dia 12 de julho, na Igreja de São Francisco, situada no Centro Histórico de João Pessoa, a partir das 20h.
Daniel Wolff e João Pedro Borges se apresentam ainda no dia seguinte,13, de julho em Campina Grande, às 20h, no Cine Teatro do SESC Centro. A entrada será um 1 Kg de alimento não perecível. As próximas etapas do projeto estão confirmadas para 17 de setembro, 20 de outubro e 14 novembro.
Na edição passada o Sonora Brasil destacou o Cinqüentenário de morte de Heitor Villa-Lobos, integrando parte da programação do Projeto criado pelo Departamento Nacional do Serviço Social do Comércio, em parceria com os Departamentos Regionais da entidade.
Maestro José Siqueira
Natural de Conceição-PB, José de Lima Siqueira (1907 - 1985) foi maestro e acadêmico brasileiro fundador de vários institutos de música e arte no país. Considerado um dos brasileiros mais ilustres, o maestro José Siqueira atuou como professor da Escola de Música da Universidade Federal do Rio de Janeiro; idealizou e criou a Orquestra Sinfônica Brasileira; membro fundador da Academia Brasileira de Música e da Academia Brasileira de Artes; regeu as mais importantes orquestras do mundo, nos Estados Unidos, Canadá, França, Portugal, Itália, Holanda, Bélgica, e na Rússia; onde boa parte de sua obra foi editorada e preservada; membro do Júri de Composição em Moscou; oficializou junto ao prefeito Miguel Arraes, a Orquestra Sinfônica do Recife, a mais antiga do pais.
O músico paraibano também idealizou e criou a Ordem dos Músicos do Brasil, assumindo a sua Presidência no de 1960. Regente e compositor reconhecido em nível internacional, regeu nos Estados Unidos grandes orquestras como a Sinfônica de Filadélfia, Detroit, Rochester. Na França, a orquestra da rádio de Paris; e em Roma, a Sinfônica de Roma, entre outras. Também regeu a Orquestra Filarmônica de Moscou, onde participou como jurado de grandes concursos internacionais. Deve-se a ele também a criação da Orquestra Sinfônica do Rio de Janeiro, Orquestra Sinfônica Nacional, Orquestra da Câmara do Brasil, Sociedade Artística Internacional, o Clube do Disco e a União dos Músicos do Brasil.
Canhoto da Paraíba
Conhecido como Canhoto da Paraíba (e também por Chico Soares), Francisco Soares de Araújo foi violonista e músico natural de Princesa Isabel-PB, localizada no sertão do estado, nasceu no ano de 1926 e chegou a falecer no ano passado na cidade de Paulista-PE.
Por ser canhoto, tocava com o violão invertido, mas sem inverter as cordas, pois precisava compartilhar o mesmo violão com seus irmãos, que eram destros. Embora fosse filho de pai violonista, não teve a oportunidade de aprender com ele exatamente por ser canhoto. Canhoto aprendeu a tocar sonsinho o instrumento musical.
Canhoto compôs choros com um "agradável sabor nordestino". Conta a lenda que ao ver Canhoto tocar pela primeira vez, Radamés Gnattali ficou tão impressionado que teria gritado um palavrão e jogado seu copo de cerveja para o teto e que o dono da casa, ninguém menos que Jacob do Bandolim, nunca teria apagado a mancha do teto para lembrar o momento (tudo indica que é apenas lenda).
Pela extinta gravadora Rozenblit, gravou o disco "Único amor"(1968), que, recentemente, foi relançado em CD. Canhoto tinha a sensibilidade aguçada. Na ocasião, para acompanhá-lo, escolheu Henrique Annes, violonista de formação erudita que, mais tarde, viria a se tornar um dos maiores violonistas brasileiros. Já o produtor musical do disco foi Nelson Ferreira, grande maestro e arranjador de frevos.
Aclamado por muitos músicos como um dos expoentes do choro brasileiro e consagrado pela discografia antológica, Canhoto deixou algumas obras importantes, como: “Canhoto a Mais de Mil”, (1977); “O Violão Brasileiro Tocado pelo Avesso”, (1977); “Pisando em Brasa”, (1998); "Com Mais de Mil" (1997), produzido por Paulinho da Viola e "Pisando em brasa" (1993), que contou com as participações de Paulinho e do violonista Rafael Rabello. Junto com Paulinho da Viola, que produziu seu disco "O Violão Brasileiro Tocado pelo Avesso" percorreu o Brasil no Projeto Pixinguinha, divulgando o choro. Em 2005, o artista ganhou o título de Patrimônio Vivo de Pernambuco, tendo o trabalho de 75 anos de carreira.
Em 1998 sofreu um AVC que o deixou com o lado esquerdo do corpo paralisado, ficando assim impossibilitado de prosseguir com sua carreira e, em 2008, após enfarto morreu aos 82 anos. Reconhecendo o legado de Canhoto, Paulinho da Viola dizia que era comum Chico Soares roubar o show, sendo muito mais aplaudido do que ele. Paulinho também gravou em seu primeiro disco de 1971 o belíssimo choro "Abraçando Chico Soares", que fez no estilo de composição do amigo.
Etapas definidas para 2009 csdcanhoto tinha um jeito particular de tocar violão Além dos intérpretes Daniel Wolff e João Pedro Borges, virão à Paraíba com intuito de cumprir as outras etapas: Henrique Annes (Pernambuco); Marcelo Fernandes (Mato Grosso do Sul); Salomão Habib (Pará); Fabrício Mattos (Paraná); Aluísio Laurindo Jr. (Amapá) e Nicolas de Souza Barros (Rio de Janeiro). Todos eles irão interpretar em mais de 80 cidades a obra de mais de 30 compositores que contribuíram de forma significativa para a consagração do violão como um dos instrumentos mais representativos da cultura musical do país.
Em sua XII edição o Sonora Brasil objetiva a formação de ouvintes musicais através de realização de eventos com programações identificadas com o desenvolvimento histórico da música no Brasil, trazendo a público um panorama da obra violonística desenvolvida no país nas últimas décadas. O painel configura-se por meio de concertos com oito violonistas intérpretes da obra de compositores das cinco regiões onde estão localizados seus estados de origem.
O SESC Centro João Pessoa fica situado na Rua Desembargador Souto Maior, 281, Centro.
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