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sábado, 30 de maio de 2015

Quem ainda escuta Dilma?

Ricardo Noblat
A ida da presidente Dilma Rousseff ao Congresso do PC do B, realizado em São Paulo, foi mais uma oportunidade que ela teve para se pôr na contramão da maioria da Câmara dos Deputados, que começou a votar a reforma política.
Trata-se de alguma manobra de Dilma que, de tão inteligente, poucos conseguem entender a que veio.
Nesta semana, por larga maioria, a Câmara aprovou emenda à Constituição que permite o financiamento privado de campanhas. Empresas poderão continuar doando a partidos. Candidatos só poderão receber doações de pessoas físicas.
O PT defende o financiamento público. Talvez para fazer média com ele, foi como procedeu Dilma no Congresso do PC do B.
Faria algum sentido ela ficar contra uma decisão da Câmara se tivesse esperança de revertê-la. Mas não é o caso. Poucos deputados  ainda se preocupam em votar de acordo com Dilma. Poucos fazem questão de saber o que o governo pensa a respeito.
PT e PC do B pensam o que Dilma defendeu. Mas os dois partidos não são suficientes para garantir uma mudança de posição da Câmara.
Recomenda-se a algum assessor capaz de ser ouvido por Dilma que a aconselhe a pensar bastante antes de falar. Para não perder seu tempo. Para não perder o tempo dos outros. Para não se desgastar de graça.
Com frequência, ela dá a impressão de viver num mundo que não existe. Ou que deixou de existir. 
Dilma Rousseff participa da abertura da conferência nacional do PCdoB na UNIP, em SP  (Foto: Fernando Donasci / Agência O Globo)Dilma Rousseff participa da abertura da conferência nacional do PCdoB na UNIP, em SP (Foto: Fernando Donasci / Agência O Globo)

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