Pedro Nunes Filho escreveu artigo para lembrar o aniversário de morte de Cícero Romão Batista
Confira o artigo na íntegra:
Um homem que sabia enfileirar o povo no bom rumo
Na pequena vila que surgia ao pé da Serra do Araripe, ele bradava sermão forte, com forte voz, convicção e muita fé. O povo o respeitava, pois tinha de Deus algum encoberto poder.– Deus não mora nas igrejas, nem nos palácios dourados. Onde estiverem os pobres, ele estará no meio deles – dizia. Por isso, dedicou sua vida à gente humilde do povo. Livre de preconceitos, a todos acolhia sem distinção de cor ou classe. Reformador de consciências, sabia enfileirar as pessoas para os caminhos do bem. Miseráveis de todos os lugares iam para seu reduto em busca de socorro e transformação. Pecadores, criminosos e delinquentes curvavam-se diante de sua palavra. Conselhos, ninguém os dava melhor que ele:
Quem bebeu não beba mais: a cachaça é um poderoso agente enviado por satanás.Quem matou não mate mais:ninguém tem direito de ofender seu semelhante.Só Deus tem o poder de tirar a vida de suas criaturas.Quem roubou não roube mais:quem rouba vai para o inferno.Quem mentiu não minta mais: a mentira é filha do diabo e o mentiroso seu encarregado.
Não costumava condenar ninguém. Combatia os pecados, mas amava os pecadores.Nada que viesse dos homens o escandalizava. Por isso, sua casa e seu coração viviam sempre de portas abertas. Sabia acolher e cuidar. Em cada atitude, sobravam-lhe caridade, doçura e afeto. Sábio, valorizava o trabalho, como o único caminho que recupera o homem e o conduz à prosperidade. Construtor do progresso, mandou ensinar ao povo artes e ofícios. Cuidou da saúde pública e da educação. Incentivou o melhoramento genético dos rebanhos, estimulou o comércio e a agricultura. Multiplicou riqueza e bem-estar, ocupando todos os que lá chegavam de mãos vazias e famintos. Ensinou o povo a proteger solos, rios, lagoas, matas e animais selvagens. Aplacava ódios e aproximava inimigos. Diante dele, casais reconciliavam-se. Quem chegasse carregando armas nas mãos, quedadas nos ombros ou presas à cintura, podia ficar em seu reduto, mas antes tinha que as depor, colocando-as a seus pés. Exigia transformação, mas sabia esperar o momento de cada criatura. – Todos podem ser resgatados! – dizia convicto. Não o decepcionavam, as fraquezas humanas. Sabia investir no homem, buscar no ser a sua essência e sua vocação para o trabalho. Lia nos olhos de cada criatura as necessidades do corpo e da alma. Costumava dizer:– O trabalho dignifica. Vamos trabalhar, produzir e louvar a Deus!Visionário e pacificador, tinha liderança espiritual e temporal. Por isso, incomodou a quem não as possuía. Injustiçado, em vão, recorreu. Punido, curvou-se, respeitoso e obediente. Não demorou a ser aclamado pelas multidões. Acolhia peregrinos, gente suada e maltrapilha. Pessoas sem rumo. Desvalidos da sorte. Amava Deus em cada uma de suas criaturas, prestando-lhes socorro e oferecendo-lhes possibilidades de ganhar o pão de cada dia. – Nenhum pai de família pode viver sem trabalho! – dizia, ao mesmo tempo em que multiplicava as oportunidades e ocupações.Recebia cartas de poderosos e de desvalidos. A todos respondia com idêntica prestimosidade e afeto.Único, singular, civilizador. Mais que inteligente, sábio! Enquanto foram esquecidos os que o condenaram, ele perenizou-se no coração do povo. Dava exemplos de vida e ensinava:– O amor é uma força invisível e transformadora! No dia 20 de julho de 1934, partiu, deixando órfãs as multidões.Na casa dos humildes, ocupa altares. Se o povo o reconhece como santo, é santo também aos olhos de Deus.É o que tenho a dizer sobre Cícero, sacerdote, profeta, líder e padrinho das multidões. Um homem singular que construiu um reduto de fé nas terras do Juazeiro do Norte e nunca será esquecido.
Vitrine do Cariri.
Na pequena vila que surgia ao pé da Serra do Araripe, ele bradava sermão forte, com forte voz, convicção e muita fé. O povo o respeitava, pois tinha de Deus algum encoberto poder.– Deus não mora nas igrejas, nem nos palácios dourados. Onde estiverem os pobres, ele estará no meio deles – dizia. Por isso, dedicou sua vida à gente humilde do povo. Livre de preconceitos, a todos acolhia sem distinção de cor ou classe. Reformador de consciências, sabia enfileirar as pessoas para os caminhos do bem. Miseráveis de todos os lugares iam para seu reduto em busca de socorro e transformação. Pecadores, criminosos e delinquentes curvavam-se diante de sua palavra. Conselhos, ninguém os dava melhor que ele:
Quem bebeu não beba mais: a cachaça é um poderoso agente enviado por satanás.Quem matou não mate mais:ninguém tem direito de ofender seu semelhante.Só Deus tem o poder de tirar a vida de suas criaturas.Quem roubou não roube mais:quem rouba vai para o inferno.Quem mentiu não minta mais: a mentira é filha do diabo e o mentiroso seu encarregado.
Não costumava condenar ninguém. Combatia os pecados, mas amava os pecadores.Nada que viesse dos homens o escandalizava. Por isso, sua casa e seu coração viviam sempre de portas abertas. Sabia acolher e cuidar. Em cada atitude, sobravam-lhe caridade, doçura e afeto. Sábio, valorizava o trabalho, como o único caminho que recupera o homem e o conduz à prosperidade. Construtor do progresso, mandou ensinar ao povo artes e ofícios. Cuidou da saúde pública e da educação. Incentivou o melhoramento genético dos rebanhos, estimulou o comércio e a agricultura. Multiplicou riqueza e bem-estar, ocupando todos os que lá chegavam de mãos vazias e famintos. Ensinou o povo a proteger solos, rios, lagoas, matas e animais selvagens. Aplacava ódios e aproximava inimigos. Diante dele, casais reconciliavam-se. Quem chegasse carregando armas nas mãos, quedadas nos ombros ou presas à cintura, podia ficar em seu reduto, mas antes tinha que as depor, colocando-as a seus pés. Exigia transformação, mas sabia esperar o momento de cada criatura. – Todos podem ser resgatados! – dizia convicto. Não o decepcionavam, as fraquezas humanas. Sabia investir no homem, buscar no ser a sua essência e sua vocação para o trabalho. Lia nos olhos de cada criatura as necessidades do corpo e da alma. Costumava dizer:– O trabalho dignifica. Vamos trabalhar, produzir e louvar a Deus!Visionário e pacificador, tinha liderança espiritual e temporal. Por isso, incomodou a quem não as possuía. Injustiçado, em vão, recorreu. Punido, curvou-se, respeitoso e obediente. Não demorou a ser aclamado pelas multidões. Acolhia peregrinos, gente suada e maltrapilha. Pessoas sem rumo. Desvalidos da sorte. Amava Deus em cada uma de suas criaturas, prestando-lhes socorro e oferecendo-lhes possibilidades de ganhar o pão de cada dia. – Nenhum pai de família pode viver sem trabalho! – dizia, ao mesmo tempo em que multiplicava as oportunidades e ocupações.Recebia cartas de poderosos e de desvalidos. A todos respondia com idêntica prestimosidade e afeto.Único, singular, civilizador. Mais que inteligente, sábio! Enquanto foram esquecidos os que o condenaram, ele perenizou-se no coração do povo. Dava exemplos de vida e ensinava:– O amor é uma força invisível e transformadora! No dia 20 de julho de 1934, partiu, deixando órfãs as multidões.Na casa dos humildes, ocupa altares. Se o povo o reconhece como santo, é santo também aos olhos de Deus.É o que tenho a dizer sobre Cícero, sacerdote, profeta, líder e padrinho das multidões. Um homem singular que construiu um reduto de fé nas terras do Juazeiro do Norte e nunca será esquecido.
Vitrine do Cariri.
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