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sexta-feira, 28 de novembro de 2014

Ela de novo: hora de investigar


Carlos Brickmann
 Lembra de Rosemary Póvoa de Noronha, que chefiava a representação da Presidência da República em São Paulo, que viajou inúmeras vezes no avião presidencial (ao que consta, nem sempre era citada na lista de passageiros), que foi acusada de usar o prestígio do cargo para influir pesadamente em nomeações de amigos?

Pois bem: o Superior Tribunal de Justiça, STJ, autorizou o acesso do Grupo Globo às informações do cartão corporativo de Rosemary Noronha, com as despesas discriminadas por tipo, data, valor e CNPJ e razão social dos vendedores.

A julgar pela resistência oferecida pelo Governo à liberação dos dados do cartão corporativo, solicitada desde a Operação Porto Seguro da Polícia Federal, em 2013, talvez o material disponível seja muito interessante. Dá trabalho decifrar tudo, enquadrar as despesas nas disposições legais, fazer todos os cálculos, trazer a moeda para o valor presente; mas a recompensa, em termos jornalísticos, pode ser imensa.

Rosemary Noronha é alvo de processos por formação de quadrilha e enriquecimento ilícito (que correm em segredo de Justiça), vinculados ao objetivo da Operação Porto Seguro, de apurar denúncias de venda de pareceres técnicos para a liberação de obras em beneficio de empresas privadas.

O ministro Napoleão Nunes Maia Filho, relator do caso, autorizou o fornecimento dos dados do cartão corporativo com base na Lei de Acesso à Informação.

Pode render reportagem explosiva. Parabéns à Infoglobo, que foi buscar os fatos.
 Escrito por Magno Martins, às 02h00

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