Os advogados de Marin alegam que não existem provas substanciais para incrimina-lo. Segundo jornal O Estado de S. Paulo, eles agora estudam negociar com a Justiça americana para que a pena seja cumprida em prisão domiciliar. Para isso, o dirigente pode pagar até R$ 38 milhões de fiança para os EUA. O cartola possui um apartamento em Nova York, imóvel que deverá ser incluído no valor a ser pago para a libertação do brasileiro.
Detido na Suíça, Marin pouco conversou na prisão. Ele não fala inglês, tampouco alemão. O dirigente gastava o tempo lendo livros.
O brasileiro era o único dos sete dirigentes presos em maio que ainda aguardava resposta da Justiça suíça sobre o pedido de extradição. Além de Marin, apenas o ex-vice-presidente da Fifa Jeffrey Webb aceitou ser entregue para os Estados Unidos, sendo extraditado no dia 15 de julho. Os demais optaram por entrar com recursos contra a decisão e aguardam resposta do Tribunal Penal Federal.
A lista completa de dirigentes detidos no escândalo inclui, além de Marin e Webb, Julio Rocha (ex-presidente da Federação de Futebol da Nicarágua), Costas Takkas (ex-dirigente da Concacaf), Eduardo Li (ex-presidente da Confederação da Costa Rica), Eugenio Figueredo, (ex-presidente da Conmebol) e Rafael Esquivel (ex-presidente da Federação Venezuelana de Futebol).
US$ 110 milhões em propinas
Marin foi preso com outros seis dirigentes, todos eles ligados a confederações das Américas. As detenções foram coordenadas pelas polícias norte-americana e suíça. A investigação realizada pela Procuradoria de Nova York descobriu que o ex-presidente da CBF seria um dos cinco beneficiários de uma propina de US$ 110 milhões pagos pela empresa uruguaia Datisa, criada pela Traffic e por outras duas agências de marketing para negociações de direitos de transmissão da Copa América.
Marin e os outros acusados receberiam o dinheiro por terem feito com que a Conmebol (Confederação Sul-Americana de Futebol) e a Concacaf (Confederação de Américas do Norte e Central) cedessem à Datisa os direitos mundiais de transmissão das edições da Copa América dos anos de 2015, 2019 e 2023, além da edição especial do campeonato em 2016, evento que será realizado nos Estados Unidos e reunirá seleções de todo o continente americano.
De acordo com os procuradores norte-americanos, o esquema foi fechado em janeiro de 2014, quando Marin era o presidente da CBF (Confederação Brasileira de Futebol) e membro do comitê executivo da Fifa. Já o representante da CBF na Conmebol, à época, era Marco Polo del Nero, atual presidente da CBF, que é investigado pelo FBI.
UOL
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