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segunda-feira, 7 de setembro de 2009

Brasil tira a pedra do sapato, despacha Porto Rico e conquista a Copa América


Em sua jornada na Copa América, a seleção brasileira já tinha cumprido o objetivo maior de carimbar o passaporte para o Mundial da Turquia, quase sempre seguindo a cartilha do basquete coletivo que a elite mundial pratica hoje em dia. Neste domingo, foi a vez de colocar um ponto de exclamação na campanha e tirar uma espinha da garganta. Após três tombos consecutivos diante de Porto Rico, a equipe de Moncho Monsalve ignorou os 10 mil torcedores que lotaram o Coliseu Roberto Clemente, segurou uma reação feroz do adversário no último quarto e se vingou na hora certa. Com a vitória dramática por 61 a 60, o Brasil tira uma incômoda pedra do sapato e, enfim, espanta o fantasma boricua.
Não permitiu nem mesmo que Ayuso, carrasco dos brasileiros em outros tempos, marcasse mais do que quatro pontos. Leandrinho, sim, conseguiu fazer 24 e terminou como cestinha. O portorriquenho Carlos Arroyo anotou 14 pontos.
Era um triunfo que a seleção verde-amarela perseguia há dois anos. Desde a final do Pan 2007, quando o Brasil venceu os portorriquenhos na Arena da Barra, foram três derrotas em competições oficiais: duas no Pré-Olímpico de Las Vegas e uma na segunda fase da Copa América. O jejum se encerrou justamente quando a torcida caribenha estava pronta para explodir em festa no ginásio lotado. Ficou para a próxima. A chave da vitória, mais uma vez, foi a defesa. Com uma marcação incansável longe da cesta, os brasileiros minaram a principal arma dos rivais: o chute de três, limitados a 5/21. A incrível reação no quarto período transformou o duelo em um drama, mas no fim quem riu por último foi a equipe verde-amarela. Como manda o figurino em uma final, a partida começou tensa, com um festival de erros nos dois lados da quadra. Com uma bandeja e um chute de três, Marcelinho Huertas abriu 5 a 0, e Porto Rico levou mais de quatro minutos para pontuar. Quando finalmente conseguiu, equilibrou as ações. O jogo migrou para o garrafão, com Splitter de um lado e Ramos do outro. O Brasil podia ter aberto vantagem cedo, mas errou pelo menos quatro bolas embaixo da cesta. Ramos fez sua segunda falta e deu lugar à segunda torre portorriquenha, o pivô Daniel Santiago. Pois foi Varejão que pontuou duas vezes seguidas, levando a diferença para 19 a 13 ao fim do primeiro quarto. No segundo período, a seleção verde-amarela manteve seu jogo equilibrado e foi ampliando o marcador. Quando a vantagem chegou a nove, Moncho lançou Marcelinho Machado no lugar de Alex. Leandrinho acertou de três, mandou a vantagem para 12, e o técnico Manolo Cintrón pediu um tempo. A vantagem brasileira chegou a pular para 16, mas caiu para 11 num chute de Ayuso do meio da rua, levantando a torcida no Coliseu. A pontaria dos boricuas, no entanto, estava torta como ainda não se tinha visto no campeonato. No primeiro tempo, o aproveitamento foi de 2/12 nos tiros de três pontos. Por outro lado, eles tinham cinco rebotes ofensivos, contra nenhum do Brasil, e com isso sempre ganhavam novas chances para pontuar. Resultado: a vantagem caiu para oito no estouro do cronômetro, graças a um tapinha certeiro de Angelo Reyes: 36 a 28. No terceiro quarto, ao contrário do que aconteceu no jogo da segunda fase, o Brasil manteve a cabeça no lugar. Conseguiu ampliar a vantagem e, na defesa, continuou anulando os chutes de três do rival. Em três tentativas de longa distância, a única que caiu foi a bola espírita de Filberto Rivera. Mesmo marcado e desequilibrado, ele acertou a mira no estouro do cronômetro, cortando a diferença para 50 a 37. No último quarto, a batalha do Brasil contra a torcida boricua se acirrou. O ginásio quase explodiu quando Guillermo Diaz completou uma ponte aérea com uma enterrada espetacular. De pé, os torcedores gritavam o nome do país sem parar, e dentro da quadra os atletas responderam. Na metade do período, a vantagem caiu para sete pontos. Daniel Santiago enterrava e os fãs respondiam aos berros. Com uma bomba de três de Vassalo, a diferença desabou para quatro, e em seguida para dois. O Coliseu quase veio abaixo. Ao converter um de dois lances livres, Vassallo cortou a vantagem para um ponto. Em seguida, Leandrinho levou um toco de Santiago a 11 segundos do fim. Arroyo partiu veloz para o ataque e, desequilibrado, chutou de três. A bola bateu caprichosamente no aro, encerrando as esperanças dos donos da casa e abrindo caminho para a festa dos brasileiros. Dentro da quadra, todo elenco pulava e festejava, com champanhe e bandeira do Brasil. A torcida gritava “Puerto Rico”, mas a festa era verde-amarela.globoesporte.

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