Nós professores, professoras, gestores e
coordenadores pedagógicos das escolas estaduais e municipais do campo dos
municípios de Princesa Isabel, Tavares, Juru, Água Branca, Imaculada, Manaíra,
representantes da CPT, RESAB, Memorial das Ligas Camponesas, IFPB, UFPB, EMATER,
Associação Comunitária dos Pequenos Agricultores da Lagoa de São João,
Comunidades Quilombolas Domingos Ferreira e Fonseca, Secretarias Estadual e
Municipais de Educação, Secretaria Municipal de Cultura de Princesa Isabel, Orçamento
Democrático, ONG ACEV SOCIAL, Secretarias de Ação Social de Princesa Isabel e
Imaculada, a 11º Gerência Regional de Educação, GOIESC, Comitê Estadual de
Educação do Campo, estivemos reunidos nos dias 03 e 04 de outubro de
2013 no Seminário Regional de Educação do Campo realizado na Escola
Estadual de Educação Básica Nossa Senhora do Bom Conselho – Princesa Isabel,
para debater a realidade do campo brasileiro e as políticas de Educação do
Campo.
Considerando nossa reflexão
sobre a realidade da Educação do Campo nas escolas dos Municípios e do Estado e
as experiências dos Movimentos Sociais, a partir da análise de dois projetos de
sociedade: um projeto capitalista que privilegia as elites e o agronegócio e
outro que se fundamenta num modelo de desenvolvimento sustentável no qual se
insere a agricultura familiar camponesa, a agroecologia, as lutas por direitos
e justiça no campo e por políticas públicas de Educação do Campo que respeitem
e valorizem a realidade do campo e a cultura camponesa na sua diversidade.
Apresentamos
os seguintes encaminhamentos:
1.
Melhorar a infraestrutura das escolas
nos seguintes aspectos: construções de quadras esportivas e bibliotecas,
ampliação das escolas e do espaço físico, laboratório de informática
devidamente equipado e funcionando, refeitórios e cozinhas equipadas, adequadas
ao ambiente escolar, acessibilidade para todas as escolas;
2.
Padronizar a infraestrutura das escolas
do campo, assim como são padronizadas as creches e escolas urbanas;
3.
Ampliar o sistema de captação e
armazenamento de água nas escolas do campo e o seu devido uso;
4.
Garantir saneamento básico adequado para
as escolas do campo;
5.
Construir área de lazer com espaço
físico adequado para desenvolver atividades físicas;
6.
Adquirir equipamentos de multimídia e
laboratório de informática para as escolas que não foram contempladas;
7.
Construir e efetivar projetos
político-pedagógicos com a participação da comunidade escolar, conselhos
escolares e outras entidades, potencializando o desenvolvimento sustentável da
comunidade;
8.
Potencializar no currículo escolar as
questões socioculturais de cada comunidade, respeitando sua diversidade e
valorizando suas vivências;
9.
Construir calendário escolar de acordo com as
peculiaridades do campo, considerando o ciclo climático e agrícola;
10. Polarizar
no campo, as escolas com o objetivo de reduzir as turmas multisseriadas;
11. Trabalhar
a convivência com o semiárido de forma interdisciplinar;
12. Desenvolver
estudos sobre a situação do aluno que esteve no corte da cana e outras culturas;
13. Promover
a formação continuada de professores e profissionais da educação do campo
levando em consideração a realidade do semiárido brasileiro e sua
sustentabilidade;
14. Promover
oficinas pedagógicas voltadas para as necessidades das escolas do campo;
15. Inserir
os professores do campo nos cursos ofertados pelo IFPB, Universidades, Ongs e
outros órgãos;
16.
Garantir graduação e formações
continuadas para professores do campo;
17. Expandir
para as escolas do campo as séries finais do ensino fundamental e médio;
18. Adquirir
material didático suplementar sobre a realidade regional do campo para
complementar o livro didático;
19. Adquirir
ônibus e/ou bicicletas de forma a garantir o acesso do aluno às escolas;
20. Buscar
parcerias entre escola-comunidade e comunidade-escola;
21. Fortalecer
a participação da comunidade na gestão escolar;
22. Resgatar
os valores culturais da comunidade oportunizando o diálogo entre o conhecimento
científico e o popular;
23. Envolver
os alunos das escolas do campo nos eventos promovidos pelos centros urbanos;
24. Promover
o intercâmbio entre as escolas do campo e cidade.
25. Evitar o fechamento de escolas do campo.
26. Promover
programas de formação e habilitação específicas para professores que atuam com
alunos portadores de necessidades especiais do campo e das comunidades
quilombolas ou indígenas;
27. Criar
um núcleo de acompanhamento no município em parceria com a saúde e ação social
para atender alunos do campo com necessidades especiais.
28. Promover
concurso para o exercício nas escolas do campo e criar incentivo inclusive para
os que já estão em exercício;
29. Implementar
o seguimento EJA nas escolas do campo, onde não há.
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